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Saiba : "Como aprender matemática fora da sala de aula"

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Saiba: ''Como aprender matemática fora da sala de aula"


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Em Nova York, escola experimental combina aprendizado conceitual com vivências práticas em estações de trabalho e desenvolvimento de projetos colaborativos 

Por Mariana Fonseca, no Porvir
Imagine que você é um aluno do 7° ano de uma escola pública. 

Você chega na escola e se dirige a um grande salão, onde terá seu horário de matemática. 

Na entrada, um letreiro de aeroporto te dá boas vindas e lista o nome de todos os alunos da turma, inclusive o seu. 


O painel indica que hoje é dia de se sentar na estação 12, ou no chamado “Zoológico do Bronx”, onde vai trabalhar com o professor tirando algumas dúvidas.  

Quando a música toca, o mesmo painel sugere que você passe o próximo horário no “Aeroporto de La Guardia”, onde vai trabalhar numa playlist de conteúdos (vídeos, games, textos) para aprender um novo conceito.


 Amanhã, talvez, seja o dia de se dirigir ao “Aeroporto JFK” para realizar algumas avaliações e mostrar o que aprendeu.

É assim que alunos de oito escolas públicas americanas estão vivenciando o ensino de matemática. 

O modelo de personalização do aprendizado, chamado de Teach to One, é aplicado pela ONG NewClassrooms, cofundada por Joel Rose. 

A proposta da organização é não só levar as plataformas adaptativas para dentro das escolas, mas sim usar essa ferramenta para remodelar a sala de aula e os processos de ensino-aprendizagem. 

Em suas escolas, os alunos trabalham individualmente, em grupos, com os professores, por meio de projetos e são constantemente avaliados. 

Todos os dados gerados em um dia servem de informação para o planejamento da aula do dia seguinte.


Para Joel, o crescimento de modelos e projetos que repensem a sala de aula vai trazer uma maior cobrança com relação à qualidade dos conteúdos usados nas escolas. 

“Hoje, as editoras entregam livros nas escolas e não apresentam nenhuma avaliação, não dizem quais os resultados de desempenho desse material. 

Acredito que, com mais formas de entrega de conteúdo, essas avaliações de desempenho comecem a acontecer e essa prestação de contas seja feita. 

Os países, estados e cidades vão começar a cobrar os resultados dos investimentos que estão fazendo.”

Na última semana, Joel esteve no Brasil palestrando no Transformar, evento realizado pelo Porvir e pelo Inspirare, em parceria com a Fundação Lemann.

 Na plateia e on-line, muitas perguntas surgiram querendo entender melhor o dia a dia desses professores e alunos. 

Como formar professores? Como avaliar o desempenho dos alunos? Confira abaixo entrevista exclusiva em que ele dá mais detalhes da suas experiências.


Porvir – Como estão divididos o tempo e as aulas nas escolas onde a NewClassrooms atua?

Joel Rose – Cerca de 60% do tempo é de instrução, trabalhando em cima dos conteúdos e do desenvolvimento das habilidades.

 Outros 30% em aprendizado baseado em projeto, onde os alunos trabalham durante vários dias em torno de um projeto que aplica o conteúdo. 

O melhor jeito de explicar como trabalhamos é imaginar que você está no 7o ano na nossa escola. 

No primeiro horário está lendo em uma das salas de leitura, no segundo você tem educação física, no ginásio, e no terceiro você tem matemática. 

No lugar de voltar para uma sala convencional, nós quebramos as paredes de um salão que ficou grande, num espaço que chamamos de laboratório de matemática. 

Lá estão 12 ou 13 estações de trabalho, algumas são estações em que os alunos trabalham com os professores, em outras os alunos fazem a tarefa de modo colaborativo. 

Em um terceiro modelo de estação trabalham com um software de computador e no quarto modelo trabalham com um instrutor virtual que pode estar em qualquer lugar do mundo. 

Por fim, em outro espaço lidam com materiais impressos.

No alto, acima da cabeça deles, tem um letreiro como dos aeroportos, onde está o nome do aluno e para qual estação ele deve se dirigir. 

Quando a música muda, ele vai para outra estação.

Na última rotação, faz uma prova on-line para saber como está entendendo essa nova habilidade. 

Feito isso, ele está livre para a aula de estudos sociais.

E o seu resultado nessa prova e nos exercícios vai ser processado pelo algoritmo da plataforma, que vai ajudar a determinar qual será a sua programação no laboratório para o dia seguinte

Porvir – Quais são as ferramentas hoje oferecidas por essa plataforma adaptativa e como você vê o futuro das plataformas?

JR – Muito do investimento privado em educação nos EUA é destinado a plataformas e ferramentas de personalização. 

Mas a maioria dentro do modelo tradicional, com salas com 20 e 30 alunos usando essas ferramentas. 

O esforço é menor para pensar modelos de entrega totalmente diferentes, somos um exemplo, assim como a Summit Public Schools que também participou do evento.

Não estamos pensando apenas em como usar tecnologia na mesma sala de aula, mas sim como reimaginar o processo de ensino, mudanças para o professor, mudanças físicas para a sala de aula, uso do tempo, uma transformação bem mais radical.

P – Vocês produzem os conteúdos da plataforma?

JR – Nós agregamos conteúdos, assistimos mais de 50 mil aulas e selecionamos as melhores 12 mil. Temos aulas, músicas, textos etc. 

Além disso, temos todas as informações dos alunos ali. O que o algoritmo faz todos os dias é cruzar qual é a melhor aula para aquele aluno, naquele momento.

P – Como você vê a expansão desse modelo para outras disciplinas?

JR – Não pode ser verdade que ter um professor transmissor de conteúdo ao vivo, todas as horas do dia, seja a melhor forma de ensinar todas as matérias. 

É preciso ter outras opções de alavancagem, outros modos de instrução para fazer desse processo algo mais efetivo e eficiente.

 Nós não acreditamos necessariamente que o melhor modo de inovar em todas as matérias é o que usamos para matemática, por outro lado, sabemos que o importante é repensar esse modelos para todas as disciplinas.

P – E esse é um desejo de vocês, novas disciplinas?

JR – Nós vamos começar a trabalhar com novas disciplinas provavelmente nos próximos 12 meses. 

Nós estamos começando a aprender o processo, trabalhamos matemática há 3 anos e achamos que estamos com 50%, 60% do bolo assado, ainda aprendendo todos os dias. 

Queremos começar com outra disciplina e acompanhar com o mesmo cuidado. Não decidimos qual ainda.
P – Como você prepara os professores para esse novo formato de sala de aula?

JR – O mais importante é como você trabalha com os professores para customizar o processo de acordo com cada demanda. 

Esse modelo [de ensino híbrido, blended learning], pelo menos nos EUA, não é algo que você liga os computadores na escola e está tudo pronto para acontecer. 
É preciso capacitar. 

Começamos com um programa simulado de duas semanas, na primavera, só para os professores, para que eles experimentem e entendam como isso funciona no dia a dia da sala de aula. 

Depois voltamos no outono para mais uma semana de treinamento. 
Além disso, no primeiro ano de implementação, colocamos uma pessoa todos os dias na escola, para começar a ajudar os professores na aplicação do modelo.
P – Os professores são os designers do currículo?
JR – Não pedimos aos professores para criar conteúdo digital, achamos que essa parte exige um conhecimento bem específico das ferramentas que a maioria não tem. Oferecemos as nossas aulas on-line, mas eles podem optar para oferecer outras ou as suas próprias. 
Como estamos produzindo um grande volume de informações diárias, podemos saber o que está funcionando melhor e irmos nos adaptando. 
Os resultados falam por eles mesmos.
P – E como os professores recebem essas inovações?
JR – Todas as escolas são diferentes, mas não podemos dizer que é fácil. 
Estamos falando de uma inovação disruptiva. 
Mas estamos bem felizes com todos os nossos parceiros e como os professores têm aceitado e trabalhado para essa mudança.
P – Como vocês avaliam o novo modelo?
JR – O que fazemos é aplicar uma avaliação nacional duas vezes por ano e comparar os resultados com o que acontece em outras escolas do país.

Nós não estamos falando aqui só dos testes baseados no ano, na série, em que o aluno está na escola, estamos falando dos testes baseados em competência, aqueles que são adaptativos e indicam proficiência nos conteúdos [como o Enem, por exemplo].

 Prestamos mais atenção no segundo. Mas aplicamos os dois. 
Os alunos vão bem nos dois. 

A escola em que estamos aplicando o modelo no momento, tem nota A na avaliação por ano/série das escolas de Nova York. 

Mas o melhor é que nos testes por competência, as melhoras com o modelo no ano passado foram duas, até três vezes maiores do que a média nacional. 

E esse ano continuamos a ver essas melhoras nos exames que já aconteceram.

P – E os resultados que os testes não acompanham?
JR – Ainda estamos nos ajustando e conhecendo as melhores formas de fazer tudo isso. 

Mas uma percepção imediata vem dos próprios alunos que não querem mais voltar ao modelo tradicional. 

Ouvir um professor falando sozinho pode ser bem chato. 

Outra resposta que temos bem positiva é na questão das avaliações diárias.

Quando alguém de fora pergunta “o que vocês acham de fazer provas todos os dias?” 

Eles respondem: “Não fazemos provas, fazemos avaliações”. 

Estão mais engajados no processo.
P – O que você tem visto de tendência na área de inovação em educação?

JR – Acredito que, com mais formas de entrega de conteúdo, essas avaliações de desempenho comecem a acontecer e essa prestação de contas seja feita. 

Os países, estados e cidades vão começar a cobrar os resultados dos investimentos que estão fazendo.
A maioria é sobre a tecnologia e os produtos que podem ser usados para personalização.

O que é bem poderoso, inovações como a Khan Academy podem levar conhecimento a milhões de estudantes que não teriam acesso a algo daquela qualidade. 

Mas as perguntas mais complexas são sobre os modelos. 

Temos menos organizações pensando os modelos. 

O que pode acontecer, com o crescimento dessas experiências, é uma possível pressão para que os produtores de conteúdo façam uma certa prestação de contas dos resultados. 

Hoje, as editoras entregam livros nas escolas e não apresentam nenhuma avaliação, não dizem quais os resultados de desempenho desse material. 

Acredito que, com mais formas de entrega de conteúdo, essas avaliações de desempenho comecem a acontecer e essa prestação de contas seja feita. 

Os países, estados e cidades vão começar a cobrar os resultados dos investimentos que estão fazendo.
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"Cursos online "



Cursos online crescem e são opção de capacitação  
Com a facilidade de acesso à internet, treinamentos grátis na web se multiplicaram. 
As aulas abrangem diversas áreas, como 
idiomas, 
finanças, 
sustentabilidade 
e até 
medicina



 





Para Ana Carla, alunos devem colocar em prática o que aprenderam na tela. Foto: Arthur de Souza/Esp.DP/D.A Press 




Para Ana Carla, 
alunos devem colocar em prática 
o que aprenderam na tela. 
Foto: Arthur de Souza/Esp.DP/D.A Press

Há pouco mais de uma semana, o jovem Jandielson Ferreira, 20, começou a fazer um curso de inglês pela internet. A capacitação, que é gratuita, chamou a atenção dele, que está em busca do primeiro emprego. "Passei três meses pesquisando algum curso bom e decidi fazer este. Espero que tenha um peso grande no meu currículo", diz. Assim como ele, milhares de pessoas estão buscando na internet formas gratuitas de se capacitar.

Opções não faltam.  


Com o crescimento da rede, a quantidade de cursos online grátis se multiplicou. 
São capacitações de curta duração que abrangem diversas áreas, como idiomas, finanças, sustentabilidade e até medicina. Boas alternativas para quem está em busca de aperfeiçoamento em temáticas específicas.


"No primeiro mês de 
funcionamento do curso, 
tivemos mais de 70 mil acessos",
 diz Stavros Xanthopoylos. 
Foto: Divulgação




A Fundação Getúlio Vargas (FGV) é uma das instituições que disponibilizam cursos gratuitos para os internautas.  
São mais de 40 capacitações (com carga horária que varia entre 5h e 30h) nas áreas de tecnologia, filosofia, gestão, entre outras. 

"Fizemos uma experiência e, no primeiro mês de funcionamento, tivemos mais de 70 mil acessos", informa o diretor executivo do FGV Online Stavros Xanthopoylos.

Segundo ele, a ideia é atender à demanda da crescente classe C, que cada vez mais tem procurado se aperfeiçoar. "A maioria dos nossos alunos têm uma renda de até R$ 2 mil, estão com idade entre 25 e 35 anos", informa o diretor. E as mulheres são maioria: cerca de 57% dos alunos são composto pelo público feminino. Atualmente são registrados cerca de 800 mil acessos a cada mês "O conteúdo das aulas é composto por compilações das nossas capacitações tradicionais, que são pagas", explica Stavros. Apesar da alta procura, apenas 15% das pessoas que se inscrevem conseguem imprimir o certificado.

Com mais de 500 opções de cursos, o grupo iPED atua no mercado desde 2001. "Percebemos que a internet estava crescendo e decidimos apostar no ramo", lembra o diretor da instituição, Fábio Neves. Além das capacitações gratuitas, que têm carga horária de 20h, há cursos pagos. "Nos dois últimos anos dobramos a quantidade de capacitações, e hoje temos cerca de 1,3 milhão de alunos em todo o país", diz Fábio. 


As opções contemplam áreas como 
enfermagem, 
turismo, 
odontologia, veterinária, entre outras.   

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) também oferece cursos, que são voltados para a área de empreendedorismo. "Para este ano, já temos mais de 80 mil inscritos", informa a gerente de Educação e Orientação do Sebrae-PE, Izabel Noblat. Segundo ela, os cursos atingem não apenas os empreendedores, mas estudantes que ainda estão na faculdade e desejam saber mais sobre o mundo do empreendedorismo. "A procura é muito grande, e temos a previsão de ampliar alguns de nossos cursos", diz.

Com quatro cursos online sobre mercado de ações, finanças pessoais e investimentos, a Bovespa também atua no segmento desde 2010. "Cerca de 7 mil pessoas fazem as capacitações todos os meses", garante a gerente do Instituto Educacional Educacional BM&FBOVESPA. Para ela, as aulas ajudam os alunos a compreenderem melhor o mercado financeiro, além de mudar a forma como eles lidam com o dinheiro.


Cursos nem sempre são diferenciais

"Quem faz uma capacitação pela internet não pode se apegar apenas a isso. Elas são importantes, mas sozinhas não têm tanto peso no currículo", alerta a diretora de projetos especiais da Associação Brasileira de Recursos Humanos, seccional Pernambuco (ABRH-PE), Ana Carla Cantarelli. Segundo ela, é imprescindível que os alunos tenham como colocar em prática aquilo que aprenderam na tela.

O ideal, de acordo com a diretora, é que os profissionais escolham cursos que estejam relacionados a sua área de atuação. "Não adianta fazer milhares de capacitações se você não vai ter como aplicar aquilo no seu dia a dia", diz. Nesse sentido, é bom pensar duas vezes antes de fazer a escolha.

Foi o que fez a auxiliar administrativa Alexsandra Silva, 28. "Desde janeiro, já fiz três cursos que estão ligados a minha área de atuação", afirma. Segundo ela, depois das capacitações, o comportamento no ambiente de trabalho melhorou. "Agora, consigo expor minhas ideias de forma mais embasada e, principalmente, tenho consciência das tomadas de decisões feitas pela empresa", comemora.

"Cursos de instituições reconhecidas nacionalmente sempre agregam valor ao currículo", diz a professora de gestão de pessoas da Faculdade Boa Viagem (FBV), Simone Costa. Para ela, é importante que os alunos prestem atenção na entidade que está promovendo aquela capacitação e, principalmente, se há emissão de certificados. "É preciso que as pessoas estejam focadas na qualidade dessa modalidade de ensino", finaliza.

Por:

Sávio Gabriel - Especial para o Diario
Publicação: 12/04/2013 
 Atualização: 12/04/2013 
 
 

fonte:
diariodepernambuco



 
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